Veja só o tamanho dessa Cachoeira


É realmente impressionante a agitação que o Caso Cachoeira está causando no Brasil, até a toda poderosa Editora Abril envolvida com o crápula ou supostamente envolvida para os mais otimistas até que se prove o contrário, porém ao que tudo indica. Na realidade já houve certa confissão, por assim dizer. Após ser acusada de envolvimento com o lobista, a editora se justifica com a seguinte frase:

“A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.”

É fato que houve envolvimento, a pergunta é: Até onde? Qual o poder do lobista junto à revista? Até onde vai a ética para fins de esclarecimento?

Eu sinceramente não me arriscaria a condenar a revista, muito menos a inocentá-la, o fato é que o problema é bem mais complexo do que se apresenta. Talvez se a revista não se propusesse a entrar na sujeira, não conseguiríamos enxergar tanta lama. É inegavelmente uma arma contra a corrupção, podemos perceber isso nas diversas capas que expuseram inúmeros políticos aos olhos da comunidade. Torço pra que nesse caso o fim justifique os meios e que o papel do criminoso seja simplesmente o de informante até porque não há nada de certo e definitivo até agora. Penso assim não por ser conivente com a corrupção, mas por querer que essa sujeira toda não acabe com umas das poucas fontes que se mostravam confiáveis até então.

Vale lembrar que um dos repórteres mais bem credenciados do Brasil, Roberto Cabrini, passou por episódio semelhante quando foi pego com drogas em seu carro, ele se justificou dizendo que a droga era de uma informante que o estava acompanhando no momento do flagrante. Foi detido como usuário, mas se recusou a assinar a confissão, ficando detido por três dias. No exame toxicológico o resultado foi negativo, ou seja, nenhuma certeza. Ele alegou armação. 

Até onde vai a ética, qual o limite do aceitável? É uma resposta pessoal e intransferível, a tiragem da revista de agora em diante nos dirá algo. 

Que a minha ausência de hipocrisia nesse post não seja condenada, julgada tudo bem.

Comentários

  1. Everson, preciso discordar de você, a Veja na minha opinião não era uma fonte confiável até então! Falo isso não porque já tem uma fama de revista fajuta espalhada pelos 4 cantos do país, digo porque ao lê-la umas poucas vezes percebi o quanto é tendenciosa, como manipula informações, como ataca a oposição de forma extremamente maliciosa e desonesta. E é possível observar que toda a linha editorial da Abril é assim. Em publicação na Super Interessante há algum tempo quiseram pintar a imagem de demônio de Che Guevara. Há que se discutir, claro, figuras importantes da história, talvez tirar-lhes a máscara de anjo que nunca possuíram, discutir se seus feitos foram de fato algo importante para a humanidade, mas instigar a desconfiança gratuita e maléfica é nojento. O que você acha por exemplo de, no meio de escândalos de corrupção a Veja vergonhosamente e de forma preconceituosa expor a seguinte matéria nas suas páginas: "Por que as pessoas altas são mais saudáveis"? ABOMINÁVEL! A Veja não é digna da menor confiança, até a Época da Globo não consegue ser tão baixa. :)

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    1. Verdade Índia, talvez por não ter maturidade suficiente na época, me faltou um pouco de critério para criar a "minha" imagem da Veja. Depois desse post (e não antes, talvez aí meu erro) fui procurar matérias esquerdistas no governo FHC e não achei muita coisa,capa mesmo, só uma: "A sombra em FHC: as ligações e os negócios do ex-assessor que estão fazendo um estrago na imagem do presidente". Quanto ao Che Guevara, eu sou fã do cara, me despertou curiosidade sobre o comunismo (que é quase perfeito em sua teoria), mas de fato não é unanimidade.

      Nossa, a matéria sobre altos saudáveis foi pra acabar. huaeuheauhea... Como eu disse no post, torcia pra que não fosse uma ferramenta suja e corrupta, sou um sonhador. Pelo visto vou ter que fazer mais que torcer e sonhar. Difícil achar algo com conteúdo e que se governe por suas próprias regras. Sugestão?

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    2. Fico contente que você tenha buscado saber mais sobre a Veja e perceber o quanto essa revista não é tão confiável quanto parece. Na verdade, li recentemente um artigo que fala que ela tinha certa qualidade, mas foi perdendo, perdendo, perdendo até ficar patética. Não se trata de ideologia política, afinal, não há como defender partidos ou representantes, desses. Quer cena mais lamentável que a do Lula com o Maluf? Decepcionante! Mas é preciso o mínimo de imparcialidade... Então, eu também gosto muito do Che, pelo que li, pelo que conclui... No fim, ele até pode ter sido um sonhador, mas acredito mesmo que ele era uma pessoa que desejava mais dignidade para o ser humano. Sim, essa matéria que os mais altos são mais saudáveis e bem sucedidos foi pra acabar mesmo e foi matéria de capa! Se tive tempo, leia esta crítica: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/revista-veja-tres-centimetros-de-bom-senso-em-90-kg-de-conjecturas/63088/ Sim, é complicadíssimo uma mídia que seja imparcial, eu não ousaria recomendar porque sempre os meios de comunicação ou defenderão os interesses de alguns ou serão muito radicais e ferrenhos com os adversários. É bom ler um pouco de cada pra tirar as próprias conclusões... Eu gosto da Carta Capital, já li a Isto É e bastante a Caros Amigos e Piauí, a última é de esquerda e tende muito a defender a esquerda pela qual tenho simpatia, mas não concordo quando se tem uma paixão cega e apenas olhe para seu "lado". É preciso observar tudo dentro das possiblidades....

      Um abração.

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    3. Falo demais, né? Mas não se trata da Piauí o que falei, "a última", mas da Caros Amigos. Acho que vale a pena dar uma olhada.

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    4. Valeu pelas dicas, vou procurar. Abraços.

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