Sexo: assunto banal, assunto embaraçoso

Depois de muito tempo, eu por aqui de novo. Nesta semana foram realizadas algumas palestras referentes à segurança na empresa onde trabalho, sendo que uma delas era obrigatoriamente sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis. É espantoso o quão sem graça as pessoas ficam ao falar de sexo. Elas cochicham, riem de tudo (como se alguém tivesse contando uma piada), mas é fácil perceber que nesse caso o riso é uma forma de tentar esconder um acanhamento explícito.

Daí eu me pergunto: Por que será que é tão difícil falar sobre sexo, mesmo quando o foco é algo tão técnico? E não são somente as outras pessoas. Houve um momento em que foram necessários voluntários para apresentação e sinceramente não me deu vontade alguma de me candidatar, mas pelo fato de fazer parte da comissão que organizava as palestras, lá fui eu sob vaias, aplausos, assovios e piadinhas. E descobri que algo simples como colocar um preservativo num pênis de borracha ou numa vagina de plástico pode deixar um homem feito mais vermelho que um pimentão. Sem contar que enquanto a palestrante (não vou citar nomes por não ter pedido permissão, mas a SEMED disponibiliza palestras de altíssima qualidade para a empresa que solicitar) citava formas de se proteger durante o sexo oral, uma irmã começou a exorcizar o que era dito: Meu Deus, isso é coisa do demônio, é por isso que tem gente com a língua caindo. (hãm?, eu nunca vi).

E me deu certa inveja da desenvoltura que a Índia do Cactobola (clique aqui) possui para falar do assunto. Dar a importância devida e tratar o assunto com a normalidade que ele merece. Se a vergonha para fazer, fosse no mesmo nível da vergonha para falar sobre sexo, o governo teria que incentivar a prática do “esporte”. Eu acho.